domingo, 1 de fevereiro de 2015

Um Estudo em Vermelho

A cor vermelha sempre me gerou fascinação. Acho que isso acontece pelos vários significados que dão para vermelho. O primeiro que me vem à mente é a paixão. O vermelho representa o amor, mas nem sempre é aquele amor puro, muitas vezes o vermelho lembra a sensualidade, sexo. É aquela história da mulher vestida de vermelho, da lingerie vermelha.

Vermelho também lembra a guerra, a violência, enfim é a cor do sangue. Não sei se é coincidência ou não, mas o deus da guerra romano se chama Marte, o planeta Marte, por sua vez, é chamado de planeta vermelho.

Também associo o vermelho com sangue, mas não o sangue da guerra, o sangue da vida, acho que essa cor também traz energia. Além da energia do sangue o vermelho também traz a força do fogo, do poder.


Depois dessas divagações acho que o vermelho me fascina por me lembrar de vários aspectos da existência humana, como vida, o amor, o sexo, o poder.  

Amarelei

Caramba, segundo dia e nós já furamos. Ontem o tema era "Cores" e nenhum dos dois conseguiu escrever nada.

Pra compensar, combinamos de tentar escrever dois temas hoje. Não sei se vai rolar, mas vale a tentativa. Meu texto de hoje também tá ruim pra caramba.


Nunca gostei de amarelo. Dizem que é cor de alegria e tal, e que, morena que sou, ficaria bem nessa cor. Discordo. Sempre que visto amarelo penso que estou pálida, doente, com espinhas demais e bronzeado de menos. Resolvi pensar nesse problema.

Quero dizer, não gostar de amarelo não faz sentido. O sol é amarelo! Manteiga é amarela. Cajá, manga, laranja...tudo amarelo. E tudo muito bom. A mandioca sai do branco para o amarelo quando cozida. Os queijos, quanto mais amarelos mais gostosos. Cheguei à conclusão de que deve ser esse o problema: amarelo é bom. E eu tenho medo disso.



É isso, até!




sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Janela - Texto do Júnior

Quando eu era criança fui um desastre ambulante, sabe aquela história do elefante na loja de cristais? Lembro que quando tinha uns 8 anos quebrei duas janelas durante as férias escolares, embora na hora parecesse muito ruim hoje quebraria essas janelas de novo.
A primeira janela quebrei jogando bola, acho que foi nessa época também que descobri que não levava muito jeito para a coisa. Eu abusei da força na hora de fazer o arremate para o gol e pronto lá se foi a bola na janela da casa vazia.
Obviamente tive que ir buscar a bola, atravessei pelo mato alto com medo de que aparecesse uma anaconda ou algo do tipo. Sim eu tinha uma mente fértil. Depois de um tempo encontrei a bola, na voltei tropecei em algo e caí. Quando me virei para ver no que havia tropeçado me deparei com um cachorrinho encolhido no chão, ele estava magro e sujo.
Como toda boa criança faria levei o cachorro para casa e pedi autorização para ficar com ele. Meu pai foi contra, mas minha mãe usando os poderes de esposa o convenceu a ficar com o cachorro. Essa foi a história do Baunilha e da primeira janela que quebrei naquelas férias.
Em outra ocasião estava atirando pedras para pegar frutas na casa da Dona Neide. Eu e meus amigos jurávamos que ela não estava em casa. Como a Lei de Murphy é real eu acabei acertando uma pedra na janela e a Dona Neide estava em casa. Quando vi sua silhueta na janela corri para minha casa, mas como todos sabem fofocas correm mais rápido que meninos de 8 anos. Assim quando cheguei em casa minha mãe já me esperava na porta.
Meus pais me levaram na casa da Dona Neide para me ensinar aquela história de responsabilidade. Tive que me desculpar com ela e ainda ouvir que ficaria sem mesada até cobrir o custo de reparar a janela. Não preciso ter vergonha de dizer que nessa altura eu já estava chorando.
Dona Neide com pena de mim disse que não precisava pagar com dinheiro o conserto da janela. Ela sugeriu que eu ajudasse-a durante uma semana com os afazeres da casa, cuidar do jardim, ajudar a limpar um quarto que só tinha tralha, esse tipo de coisa. Meus pais acharam a ideia ótima e fui ajudar aquela senhora.
Dona Neide devia ter uns 70 anos, era viúva e uma pessoa adorável, amei o tempo que passei com ela. Foi lá que aprendi a gostar de chá, como cuidar de plantas, não acumular coisas. Dessa época tirei duas lições importantes. A primeira é que é muito difícil perder alguém, sempre que aquela senhora contava histórias do seu falecido eu consegui sentir o misto de dor e saudade que ela expressava, mas também a alegria ao se recordar das piadas e trapalhadas que o marido fazia. A segunda lição é que com um pouco de dedicação é possível mudar a vida de alguém. Ela sempre sorria quando eu tocava a campainha e sempre me agradecia quando eu passava lá.

Mesmo depois que a semana acabou continuei visitando a Dona Neide até que tivemos que nos mudar uns três anos depois. Essa foi a história de como fiz uma amiga e da segunda janela que quebrei naquelas férias.

Janela - Texto da Bia



Bulldog era um gato amarelo que gostava de janelas. Ele morava em uma casa grande, com várias janelas enormes, e ele podia passar o dia deitado, esticado e vigiando a vida aheia.
Um dia, a família de Bulldog mudou para um apartamento, porque as crianças estavam crescendo e um apartamento era mais seguro. E tinha academia e salão de festas. Só que o pobre Bulldog resolveu passear pela janela e caiu.
Não foi nada muito grave (a não ser a conta do veterinário), porque ele caiu na varanda gourmet do vizinho de baixo, mas Bulldog ficou traumatizado e desistiu de janelas. Passou a viver como cachorro e ficar grudado no aos pés do sofá. Os humanos de estimação dele telaram as janelas do apartamento e usaram de várias artimanhas para atraí-lo às alturas novamente, mas era tudo em vão.
 Vários meses se passaram e estavam todos acostumados ao novo Bulldog, que odiava altura e parecia estar eternamente emburrado – de fato, ele estava irritado, porque não pegava sol direito, não vigiava a vida alheia e sentia imensas saudades da casa antiga -, até que uma prima dele, Miss Daisy, que morava com a vizinha da irmã do ex-cunhado da humana mais velha do Bulldog, veio passar uns dias com eles. E a primeira coisa que a gata fez foi pular na janela e chamar Bulldog para pular também, o que os humanos acharam muito bonitinho, mas sabiam que não daria em nada.
Acontece que uma coisa são humanos insensíveis te forçando a subir, outra bem diferente é uma gatinha mais nova chata e com nome de lady, zombando da sua cara. Então, para não passar por essa vergonha, Bulldog reuniu forças e subiu em uma das janelas. E descobriu que na verdade agora tinha várias janelinhas pequenas e que dava para escalar e ver mais coisas lá de cima que da casa anterior.
Bulldog é um gato amarelo que continua gostando mais de casas que de apartamentos, mas, em qualquer um dos dois, adora janelas. E ele sente que nunca teria voltado a subir nelas se não fosse por Miss Daisy, mas ele nunca vai confessar isso a ela.